Já aqui falamos anteriormente do aniversário do Orpheu, que se assinala este ano, pela publicação dos seus dois únicos números em 1915.
As publicações foram um acontecimento, esgotaram-se num instante e suscitaram uma irritação geral. Os colaboradores da revista – entre eles Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro ou Almada Negreiros – orgulharam-se de ser chamados “paranóicos”. Em Portugal, a modernidade artística e literária começou com um enorme escândalo público.
É este o ponto de partida para a criação desta exposição muito interessante. Que nos leva a perceber como eram os dias em Portugal e no Mundo.
De que forma podemos mergulhar no cenário complexo e fascinante que fez surgir o modernismo em Portugal? Como relatar a atmosfera sombria em que uma guerra violenta começa a espalhar-se pelo mundo? São estas perguntas que guiam a exposição “1915 – O ano do Orpheu”.
Comissariada por Steffen Dix e produzida em parceria com o Centro Nacional de Cultura, a exposição conduz-nos pelo ano de 1915, de forma cronológica, através de registos bibliográficos, fotografias, objetos, filmes, cartazes publicitários, material bélico, desenhos, poesia – da época. Um retrato de tradição e de rutura. Uma espécie de cápsula do tempo dentro da qual os diferentes discursos culturais e interações sociais da época nos levam a constatar que o ano de 1915 está tão longe e tão perto de nós.
A não perder, em cartaz até dia 20 setembro 2015.
Cátia Marcelino
Fonte: Fundação EDP
Almada Negreiros , Cem Anos Orpheu , Fernando Pessoa , Orpheu