No próximo dia 18 faz cinco anos que o mundo ficou mais pobre, no momento em que esse grande homem e génio – José Saramago – nos deixou.
Aprecio muito Saramago e tenho em mim a vontade de ler toda a sua obra. Do que já tive oportunidade de ler, fiquei rendida, tendo terminado recentemente “O ano da Morte de Ricardo Reis”, um curioso e apaixonante encarnar do heterónimo de Pessoa. Tezturas presta a sua homenagem a este homem, português e escritor da humanidade.
“Contar os dias pelos dedos e encontrar a mão cheia” in Os Cadernos de Lanzarote.
Saramago foi alguém que não se limitou a viver, Saramago soube “ser”, viveu à frente do seu tempo, e mesmo na fase mais avançada da sua vida permaneceu jovem. Quantos de nós conseguiríamos “ser” assim? Uma pessoa apaixonada, pela vida, pela sua mulher, pela sua profissão, que levou o papel de escritor e humanista até às últimas consequências. Nunca se deixou abater, nem pelas críticas, nem pela doença, mantendo-se fiel a si mesmo, e às suas convicções. Controverso, mas autêntico, com um sentido de humor e boa disposição inesgotável, José Saramago é para mim e creio que para muitos, uma fonte de inspiração. Admiro-o muito, pelo que fez pela língua portuguesa, pela forma como escrevia e por todas as valências que o definiram como pessoa e escritor, levando-o a receber o Nobel da Literatura e um sem fim de prémios, distinções e homenagens, apesar de durante muito tempo, não ter sentido esse reconhecimento por parte do seu país (ou digamos, pelos seus governantes).
No entanto, o público que acompanha a sua obra, admira-o e reconhece-o como um escritor incontornável, que se imortalizou através do seu inesgotável legado.
A propósito do aniversário da sua morte, a Fundação José Saramago terá uma programação especial para assinalar os cinco anos passados. Estará de portas abertas ao público, com inúmeras actividades que irão decorrer todo o dia. Poderá usufruir de todo o programa, ou escolher o que mais lhe agradar. Pode consultar toda a informação detalhada abaixo.
Esta será também uma boa oportunidade de visitar a Fundação e conhecer a icónica Casa dos Bicos.
Programação:
Das 10 às 18 horas – Casa dos Bicos:
Entrada livre na Fundação José Saramago, convidando os visitantes a fotografarem-se vendo o mundo pelas lentes de José Saramago
– 10 horas – Auditório da FJS:
Abertura da exposição de ilustrações de
A Maior Flor do Mundo, de autoria de André Letria.
– 11:30 horas – Auditório da FJS:
Estreia do documentário Um Humanista por Acaso Escritor, de Leandro Lopes.
– 21 horas – Auditório da FJS:
Concerto Buganvília, por João Afonso e Rogério Cardoso Pires.
Leituras de textos de José Saramago por Maria do Céu Guerra e Nicolau Breyner.
– Em josesaramago.org será apresentado:
Texto inédito de José Saramago: Notas de Ensaio sobre a Lucidez na edição # 37 da revista Blimunda, no seu terceiro aniversário.
Todas as sessões são de entrada livre, sujeitas à lotação da sala.
Cátia Marcelino
cinco anos da morte de Saramago , FJS , José Saramago , Nobel da Literatura