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O pai da pintura abstracta nasceu há 148 anos em Moscovo. Wassily Kandinsky inicialmente estudou Direito e Economia e só mais tarde, por volta dos seus 30 anos, se direccionou para as Artes, mudando-se para a Alemanha,  mais precisamente Munique, na altura grande centro artístico, onde foi admitido na Academia de Belas Artes.

 

É depois deste passo que o pintor se encaminha até ao seu estilo inovador. Com influências de Claude Monet, as sua primeiras obras reflectiam harmonias musicais, que expressavam também temas do folclore russo. Nesse período, Kandinsky conheceu o pintor Paul Klee, dando início a uma grande amizade, com quem mais tarde funda Phalanx (Falange), juntamente com Stern, Hüsgen e Hecke.

 

 
Em 1903  Kandinsky  pinta o “Cavaleiro Azul”, (imagem acima) personagem de contos de fada muito presente na sua infância, que representa o combate entre o bem e o mal. O pintor abre caminho ao que mais tarde em 1911, irá ser o colectivo Der Blaue Reiter da  Neue Künstlervereinigung München, do qual será o fundador. Do colectivo de  inspiração expressionista, fazem parte Alexej von Jawlensky, Franz Marc, August Macke, Paul Klee e Marianne von Werefkin. O movimento expressionista Der Blaue Reiter ocorre desde 1911 até 1914, a par de outro denominado de Die Brücke, fundado no ano de 1905, em Dresden.

 
Der Blaue Reiter, o “Cavaleiro Azul” contraria o cubismo, apesar de reconhecer que a sua iniciativa é inovadora e não aceita o fundamento racionalista e implicitamente realista. O colectivo foca-se na natureza e homem, através das suas experiências, e sentimentos pessoais, muito focada na espiritualidade e muito individualista. Chegam a produzir a revista Almanach der Blaue Reiter  e inclusivamente organizar diversas exposições. O objectivo era reunir, sem qualquer barreira, artistas europeus da vanguarda.

 

As características transversais do grupo eram a cor, (com predilecção pelo azul), a luminosidade, a textura e as sensações. A dinâmica da forma, com a prioridade de fascinar, as emoções causadas, em que a dimensão da lírica da cor, a intensidade da luz e a sua pureza, pode ser dura ou macia, quente ou fria, doce ou amarga. Como estas, conduzem o lado espiritual, nomeadamente o azul, quanto mais escuro, mais vinca o desejo humano pela eternidade, segundo descrito “On the Spiritual in Art” livro de Kandinsky. O grupo dispersa devido à I Guerra Mundial, e o pintor é obrigado a regressar ao seu país de origem.

 

 

Mais tarde, ainda na Rússia, Kandinsky, assiste à Revolução Socialista, e como membro integrante do Comissariado para a Cultura Popular inaugura vários museus e reabre a Academia de Belas Artes de Moscovo. Em 1922, torna-se professor da Bauhaus. No entanto,  com as mudanças políticas e sociais, em 1933, esta é fechada pela polícia nazi e os trabalhos do autor são apreendidos em 1937.
Acaba por se refugiar em França, onde termina os seus dias aos 78 anos de idade.

Um pintor ímpar, cuja sensibilidade e estilo contribuíram para o progresso da pintura de forma inestimável. Deu aulas, escreveu livros, que ainda hoje se utilizam nas mais variadas faculdades de artes. O seu legado é único e nunca será esquecido.

Hoje em sua homenagem o doodle do Google, é assim:

Cátia Marcelino

 

Cavaleiro Azul , Pintura Abstracta , Wassily Kandinsky

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