Saber Viver, Viagens

Memórias de uma viagem passada #4 Nova Iorque

22 Out , 2016  

Este é um mini guia do que fazer numa das minhas cidades preferidas do mundo, com base naquilo que foi uma das minhas viagens de sonho.
É literalmente a cidade que nunca dorme, com tanta coisa sempre a acontecer e tanto para ver e fazer, que convém organizar a estadia e traçar prioridades. A minha estadia durou uma semana e consegui fazer praticamente tudo o que queria, considero ser o mínimo para conseguir viver o espírito nova iorquino com algum à vontade, mas sem vacilar na organização dos tours pela cidade.
Transportes 
Do aeroporto para o centro há autocarros, que param nas principais estações de metro, Times Square por exemplo, ou Grand Central Station.
Para o autocarro pode comprar-se online, ou nas bilheteiras do aeroporto. No metro compensa adquirir o passe para uma semana se ficarem mais de 4 dias, este é o meio de transporte que vos leva quase para todo o lado, pode ser um pouco confuso inicialmente, mas é super seguro de dia ou de noite.
 

Quando fui não comprei nenhum dos passes para entrada livre nas principais atracções e museus, pois descobri algumas das borlas nos museus (que explico mais abaixo), e porque não incluía nem o One World Observatory, nem o Empire State Building. Mas é tudo uma questão de perceberem aquilo que querem visitar e fazer as contas.

Museus

Em alguns dos museus, incluindo o MET e o Museu de História Natural, para adquirir o bilhete basta apenas dar uma contribuição, por exemplo 1 dólar! O que é uma poupança brutal e permite voltar noutro dia  se não conseguirem visitar toda a exposição.
No caso do MoMa e do Guggenheim têm dias grátis, sexta-feira e sábado respectivamente, mas atenção às filas e enchente nestes dias que aumenta, portanto convém ir cedo para conseguir lugar, e já agora confirmar estas informação no site próprio.
Pequenos tours e sítios marcantes
Sair ou entrar na Estação de metro do World Trade Center, e admirar a obra concebida por Santiago Calatrava. Numa das saídas fica o  Memorial do 11 de Setembro (cujo museu não visitei), imediatamente ao lado a Torre do WTC no seu topo o One World Observatory.
A vista do OWO vale muito a pena, onde se tem uma perspectiva mais da zona sul, o Hudson River e o East River, a Ellies Island e a emblemática Estátua da Liberdade. Apesar de ser um edifício mais recente e com menos história do que as outras torres, é o ponto mais alto de NY portanto, um miradouro incomparável, a simbologia que representa não nos deixa indiferente, e acaba por ser uma experiência surpreendente. Foi o primeiro arranha céus da cidade que visitei, e acho que foi a escolha certa. Embora o Empire seja o meu preferido, e claro de visita obrigatória!
Empire State Building
Tive a sorte de visitar NY no dia dos namorados, qual filme de Hollywood, o pôr do sol foi no Empire State Building. O segredo é chegar ainda de dia, ver o pôr do sol e por fim aproveitar para a ver as luzes da cidade à noite. A vista é também de cortar a respiração, mais interessante por ser descoberta, sem vidros nem janelas, aqui conseguem-se as melhores fotos do skyline e da mancha verde do Central Park, também pela centralidade do edifício. E mais uma vez respira-se toda aquela atmosfera que se vê nos filmes, com o Chrysler e o Rockefeller Center.
 
Passeio de Barco
Para quem quer poupar algum dinheiro e quer ver a grande maçã numa das margens, tem a possibilidade de o fazer no ferry para Staten Island, passa-se ao lado da estátua da Liberdade, (que é muuuuito mais pequena do que eu imaginava) e vê-se o imponente Skyline da cidade.
 
Rooftop
E o que não pode faltar na cidade dos arranha céus é uma visita a um rooftop, para tomar um copo e apreciar a vista. A escolha é vasta, mas numa cidade onde é fácil gastar dinheiro, fica a proposta para o 230 Fifth, onde a entrada é livre e quase podem só entrar e subir, sem consumir. Basta à entrada do edifício indicar que querem ir ao Rooftop e apresentar o passaporte. Ao chegar lá acima vão ter uma das mais icónicas vistas, com e Empire State Building em grande plano. Antes de jantar têm a happy hour, e há possibilidade de ficar dentro ou fora (com aquecimento e mantinhas), e até de reservar mesa, para se ficar com a vista ideal.
Central Park
Na minha estadia escolhi ficar em Upper West Side, pela proximidade ao Central Park e aos principais museus. Assim, foi-me possível passear várias vezes a pé pelos inúmeros recantos destas zonas. O Central Park é lindo em todas as estações do ano, como fui em Fevereiro o cenário era de neve, e toda a gente estava a brincar e a fazer bonecos de neve. Existe mesmo a app http://www.centralpark.com/ onde podem consultar tudo o que acontece e as coisas a explorar no CP. Além dos lagos, fontes, miradouros e pontes com os quais nos deparamos e remetem imediatamente para inúmeros filmes, (como o Sozinho em Casa 2) recomendo os seguintes:
– Strawberry Fields: Um memorial de homenagem a John Lennon, que fica de frente para a entrada do Edifício Dakota, local onde ele habitava e onde foi tragicamente assassinado.
– Alice in Wonderland: É uma estátua de bronze da querida Alice e os seus companheiros.
– O Castelo  Belvedere – A entrada é gratuita e do topo tem-se uma vista privilegiada incluíndo para o “Great lawn” palco de grandes concertos no passado.
– Hans Christian Andersen – Uma figura que me agrada pelos contos que escreveu, o escritor dinamarquês, que também andou por terras portuguesas, tem uma estátua em sua homenagem com o seu “patinho feito”. A popularidade desta estátua está também ligada ao facto de ali, durante o verão se lerem histórias do autor.
Outros pontos
 
– Madison Square Park e ver o edifício “Iron Flat” (fica perto do 230 Fifth),
– Wall Street esfregar os ditos cujos do Bull para ter muito trabalho,
– Times Square deserta (domingo bem cedo) e depois em hora de ponta (), para sentir o contraste e absorver a cidade
– Edifício das Nações Unidas,
– Passear pela 5a avenida e no Rockefeller Center,
– NY Public Library perto do ponto acima,
– Atravessar a Brooklyn Bridge e visitar essa zona, (ir de metro até lá e regressar pela ponte)
– Passear pelo Soho é também obrigatório, para ficar deslumbrado com um dos bairros mais in da cidade, estão lá todas as marcas do momento, roupa, design, irreverência e bom gosto.
– Chinatown e Little Italy já estão um pouco descaracterizadas, ou a parte chinesa está a absorver a segunda, fiquei decepcionada no geral, mas para quem tem tempo de sobra deve visitar,
– Grand Central Station, mais um sítio bastante conhecido dos filmes e que merece ser visitado
Noite
Sair à noite é em East Village,
É obrigatório experimentar as cervejas artesanais made in NY.
Por exemplo, Proletariat, embora pequeníssimo, é óptimo para cervejas de todos os tipos, incluindo cervejas artesanais de Nova Iorque (e eles mudam as cervejas todas as noites).
O Death and Company é muito fixe para cocktails. (esta dica foi dada pelo meu amigo Gonçalo Marcelo que tem passado algumas temporadas na cidade).
Assistir a concertos de Jazz nos bares típicos, foi uma das coisas que não consegui fazer, mas creio que deve ser aproveitado para quem gosta do estilo musical.
Broadway
Obrigatório! (para quem gosta, claro). É escolher o musical da vossa preferência. Eu fui ver o Cats e adorei! Aconselho a pouparem algum dinheiro com a compra através da a app Today Tix, ou no próprio dia irem para a fila das bilheteiras (há uma em Times Square).
Onde comer
Aqui a oferta é também infinita, para todos os gostos e bolsos.
Street Food
Cachorros quentes na rua, é incontornável, a melhor para mim foi o Nathan’s, hot dog perfeito, na sua versão mais básica. A minha junk food preferida de todo o sempre.
A pizza também é outra opção barata e consensual na street food. Por 6 dólares duas fatias e uma bebida.
Comida saudável – Traders Joe estilo supermercado grab and go.
Bagels – mais uma comida de rua indispensável, pelo menos para mim que amo! Há montes de opções, podem consultar os melhores na Time Out NY que é um óptimo guia para esta viagem.
Chelsea Market, é um sítio super cool, onde há inúmeras lojas e restauração gourmet num prédio industrial, cheio de pinta. Jantei lá uma das noites, em que também provamos cervejas artesanais Nova Iorquinas. Tem um mercado de marisco surpreendente.
 
Magnolia Bakery
Por todo o lado temos lojas estilo as nossas pastelarias, mas neste caso as bakery, onde se comem deliciosos lanches e bonitas sobremesas. As pessoas têm o hábito de ir tomar a sobremesa nestes espaços e é impressionante a enchente às sextas e sábados à noite. Fomos lanchar à Magnolia Bakery por duas vezes. Para quem viu Sexo e a cidade, talvez se recorde de algumas cenas passadas por aqui. Estive na Bleecker Street (mais conhecida da série) onde não dá para sentar, mas tem logo um jardim ao lado, onde apreciamos um brownie tão bom, que não dá para explicar. Na tarde da despedida fomos a outra perto do Hotel, fica na Colombus Ave e aqui já pudemos sentar e sentir mais um pouco da vida da cidade. Mega cupcakes, confesso que apesar de ter gostado tornam-se um pouco enjoativos, (mas talvez a culpa tenha sido dos waffles que assiduamente comi em todos os pequenos almoços).
  
Kats Delicatessen
De longe o jantar mais wow! que tive em NY, por tudo, a comida, o atendimento, o espaço e toda a atmosfera me deixou rendida, por isso aconselho mesmo que lá vão de dia ou à noite, comer ou tomar um copo. Não é de todo um sítio fancy, quase que diria que é um tasco, com muito estilo. É um Deli tipicamente judeu, onde parece que entramos na máquina do tempo, aberta desde 1888, onde tudo conta uma história e permanece muito autêntico. Diverti-me imenso no serão que lá passei, a viver todo aquele ambiente. Mal chegámos deram-nos um cartão de consumo e fomos fazer o nosso pedido. Aquele tipo de comida foi uma novidade para mim e entrei na paródia com um dos empregados que nos atendeu que era particularmente engraçado, e também simpatizou conosco, deu-nos para provar pastrami e aconselhou-nos a comer também uma sandwich de corned beef, que foi a minha preferida. Após fazermos o nosso pedido (é self-service), fomos devorar o nosso jantar. Duas cervejas, duas sandwich uma de corned beef e outra de pastrami, que vêm acompanhadas com uns enormes e saborosos pickles de pepino. Cada sandwich custa cerca de 20 dólares, e honestamente dá para dois, eu não consegui terminar a minha inteira e saí muito, muito satisfeita. Foi um jantar dispendioso tendo em conta que comemos “sandes”, mas valeu cada cêntimo!
Oyster Bar Grand Central Station
É o que o nome indica, um Oyster Bar, com ostras frescas nas mais variadas versões. Ao natural, panadas com molho, em sandes, e a famosa clam soup. Uma abordagem diferente, mas uma excelente experiência gastronómica com atendimento cuidado e eficiente, e mais uma vez um espaço histórico da cidade, diria mesmo surpreendente que se mantém autêntico e onde se vive o espírito cosmopolita desta imensa metrópole.
Filmes a ver antes de ir (há uma lista interminável mas estes são os meus preferidos):
– Manhattan
– Breakfast at Tiffany’s
– Sozinho em casa 2
– Séries: Sexo e a Cidade, Gossip Girl, Girls
Livro a ler: Histórias de Nova Iorque, Enric González

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