Decoração, Pintura

Oficina Irmãos Marques | A Arte na Oficina

19 Jul , 2015  

Hoje levo-vos numa visita a um sítio mágico. A um lugar encantado que se esconde – juntamente com outros segredos bem guardados – no Bairro Alto. É uma galeria, é uma loja, é um atelier, é uma oficina… tudo cabe lá dentro. É um mundo. Apresento-vos a Oficina Irmãos Marques.

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Um espaço que é o que vos descrevi, e muito mais. Aqui acontece tudo, e há de tudo. Respira-se arte, excentricidade, originalidade, bom gosto e muito, muito talento. Curiosos?


Os artistas são – primeiro as senhoras – Bete Marques e Gezo Marques, dois irmãos cheios de talento. Ainda não foi desta que conheci a Bete. Já o Gezo, tive a felicidade de conhecer há cerca de um ano, através do meu homem, com quem teve o prazer de trabalhar, e de quem se tornou amigo. Das vezes que privei com o Gezo, fiquei fascinada pela sua presença, pela sua simpatia, e pelo seu bigode (brincadeirinha). Quem olha para o Gezo topa a milhas que está ali um senhor, que é como quem diz, um homem cheio de estilo e  classe, que sabe estar. Aliado ao seu talento e originalidade a humildade também é evidente, é uma pessoa tão interessante, que me torna grata por conhecê-lo.

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Ambos artistas plásticos, e com um percurso já maduro, os irmãos Marques uniram-se nesta aventura no final do ano passado, no entanto a Oficina na sua génese – anteriormente conhecida como Gezo Marques – existe há cinco anos, e dela se espera uma longa e bonita história.

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Passámos por lá numa daquelas tardes domingueiras, em que se tomou o brunch ali no Chiado, passeámos pela Baixa, à beira rio e por fim fomos até à Rua Luz Soriano visitar este nosso amigo, que apaixonado que é pelo seu trabalho, estava a trabalhar.

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Quem me conhece sabe que a arte é parte de mim e que valorizo muito o trabalho de quem se dedica e faz as coisas de coração, e é o que sinto quando entro naquele espaço. Entra-se num mundo que não tem fim, que nos leva em viagens, pensamentos e sonhos, para os mais diversos e impensáveis imaginários, onde o belo e o surreal marcam encontro.
São peças de decoração, esculturas, mobiliário, quadros e um sem fim de coisas que nos provocam e nos atraem. Eu levaria metade delas comigo para casa, confesso.

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Primeiro falo-vos da galeria, que tem esse carácter de espaço expositivo, onde o centro das atenções é uma escultura de um cavalo, em escala real, todo composto por elementos de madeira, altamente elaborado. Uma peça tão icónica, que a escolhi para a foto de destaque deste artigo.
Aqui também encontrei um coração cheio – literalmente – composto por pequenas peças em pormenores amorosos: flores, borboletas e passarinhos.

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A cómoda floresta também me encheu as medidas, gosto de peças de mobiliário únicas e personalizadas, neste caso, o design e a arte (con)fundem-se. Reparem no pormenor divinal da relva no fundo da gaveta!

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No outro lado temos a loja, que tantas histórias conta, noutro registo, que nos salta logo à vista. Os mais variados objectos e peças montam o ambiente, um ambiente rico e fantástico – mais intimista – onde se verifica um cuidado, seja nas peças escolhidas, seja na sua disposição e instalação, qualquer pormenor conta para o “todo”.

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O Flamengo Rosa, composto por flores – se pudesse tinha-o trazido comigo – é lindo, esplendoroso e a fotografia não lhe faz jus. Mas outros dos objectos do meu encanto e que foram das primeiras obras que conheci do Gezo, são os relicários – na foto abaixo. O nível de detalhe, o pormenor da sua composição, as temáticas e o arrojo em alguns deles, deixam-me mesmo rendida ao talento deste artista.


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Ainda na loja, temos outra protagonista, a Emília, numa segunda versão, que nos demonstra que “Felizmente, ainda há porcos que sabem apreciar pérolas.”. É mesmo um mimo, linda que dói, na foto abaixo.

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Por trás deste cenário incrível, temos uns bastidores não menos nobres. A zona onde tudo acontece, ou grande parte. Ali faz-se verdadeira magia, e a imaginação ganha vida. Máquinas, ferramentas, tintas, pincéis, caixas e caixinhas, peças e mais peças, todos os utensílios e matérias que dão origem a alguns dos objectos finais que apreciamos do outro lado. Fiquei satisfeita por poder conhecer esta parte do espaço, pois sempre adorei estar enfiada em oficinas do género, fosse nas de carpintaria e bricolages do meu pai, nas da escola, ou no percurso dos estudos mais a sério, na faculdade. Só de pensar no cheiro a madeiras, a cola, ou a tinta, fico nostálgica.

Na oficina somos livres, e sentimo-nos descontraídos, e esse estado de espírito é fundamental para o processo criativo.

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Resta-me agradecer ao Gezo (e à Bete) por nos ter aberto as portas do seu mundo.
Esta foi uma visita inspiradora, divertida e enriquecedora, que faço gosto em partilhar com quem me segue e com os que apreciam um trabalho bem feito, altamente criativo e excepcional. Se quiserem conhecer mais de perto, sigam a página de Facebook desta dupla e o site Oficina Irmão Marques, ou porque não, visitar o espaço pessoalmente.

Cátia Marcelino

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